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Mostrando postagens de junho, 2022

Os filhos e a habilidade da persistência

    Os filhos nos ensinam muito sobre persistência. Eles possuem um poder de convencimento muito grande, e na maioria das vezes nos vencem pelo cansaço.      Vou ilustrar aqui uma situação que passei com meu filho de 2 anos há um tempo atrás: “Ele queria muito brincar na areia do parque que é pertinho aqui de casa. Eu tinha que preparar o almoço,  e terminar demais afazeres domésticos. Sair naquele momento em que ele queria estava fora  de cogitação. Expliquei que ele tinha que esperar e que mais tarde iríamos. Ele começou a chorar e fazer o maior escândalo para poder sair pra rua. Nada do que eu dizia fazia com que ele mudasse o foco de brincar na areia do parque. Na minha ingenuidade pensei que se levasse ele para dar uma voltinha rápida na pracinha ele esqueceria do parque e logo voltaríamos para casa para que eu terminasse o almoço. Quando ele percebeu que eu segui outra direção começou a fazer o maior escândalo novamente. Quando perguntei porque ele estava chorando me disse todo b

Livro: O pequeno príncipe

     O Pequeno Príncipe é um clássico escrito por Antoine de Saint-Exupéry e foi publicado pela primeira vez em 1943 nos EUA.  Com de trechos  poéticos e  repletos de significados é uma das obras mais traduzidas em todo o mundo.    O autor traz reflexões profundas que permitirão ao leitor reavaliar seus valores, suas crenças, suas relações pessoais e visão de mundo.    É um livro atemporal comovente e cativante. Palavra esta que aparece em alguns momentos importantes no decorrer da narrativa: "A gente corre o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar." "Se tu me cativas, nós teremos necessidade um do outro. Serás pra mim o único no mundo. E eu serei para ti a única no mundo." "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas."      E foi exatamente isso que O pequeno príncipe fez comigo desse a primeira vez que eu o li há  11 anos atrás: me cativou, me emocionou e me fez enxergar a vida sob uma nova perspectiva.    Esta obra tem um lugar

HQ: A diferença Invisível

  Esta história em quadrinhos retrata a vida de Marguerite, uma jovem de 27 anos que aparentemente não possui diferença das demais pessoas. Ela trabalha, mora com o namorado e é bastante inteligente, no entanto ela  se sente desconfortável em determinados ambientes ou situações. Possui dificuldades em se relacionar com outras pessoas e se sente deslocada em convenções sociais. Quando ela  tenta agir de acordo com o que esperam dela, causa grande sofrimento para si mesma.       Ela gosta de  manter a sua rotina, e mudanças de hábito a fazem muito mal. Ela se incomoda com ruídos e barulhos com falatórios dos seus colegas de trabalho.  Todas essas questões fazem com que ela se questione e procure ajuda de um especialista. Após as avaliações ela descobre que possui um Transtorno do Espectro Autista – a síndrome de Asperger, o que faz com que ela compreenda melhor a si mesma, e aprenda a respeitar as suas próprias limitações.      A diferença Invisível é uma história sobre auto aceitação qu

Sobre ser mulher e a culpabilização da sociedade

     Nesses últimos dias dois casos de estupros foram alvos de discussões e opiniões nas redes sociais:      Uma menina de 11 anos violentada fez o aborto da gestação e muitos criticaram dizendo: "Melhor seria dar pra adoção."      Uma jovem atriz de 21 anos também abusada sexualmente engravidou e deu o bebê para adoção, foi acusada de abandono de incapaz e foi questionada do porque não ficou com a criança.      Ambos os casos revelam a hipocrisia de uma sociedade que pouco se importa com a mulher e seus direitos.      O que existe é a preocupação constante com que ela veste, como ela pensa, com quem ela anda, o que ela faz ou deixa de fazer.      Questionamentos e apontamentos esses são frequentes quando o alvo é o sexo feminino, sejam elas vítimas de estupro ou não. Já os homens? Estes fazem o que bem entendem: agridem, ofendem, abusam, matam, abandonam seus filhos e tá tudo bem. Afinal é isso que se espera deles mesmo.      Mas a mulher não, dela a sociedade espera uma con

Ser mãe é um papel chato pra caramba

     A maioria dos filhos enxerga a sua mãe  como uma pessoa chata de galocha. Afinal é ela quem impõe limites, que exige os dentes escovados,  que pergunta mil vezes cadê o chinelo no pé, que não deixa o filho comer doce antes do jantar, que briga se ele rabiscar a parede da casa, que não deixa dormir na casa dos amigos ou impõe horários para retornar pra casa.      Ser mãe é um papel chato pra caramba!      O filho enquanto criança ou adolescente não enxerga todo esse cuidado como algo extremamente necessário para o seu bem. Na percepção deles a mãe  está os impedindo de fazerem seus gostos e são demasiadamente exageradas. Como protestos  choram,  esperneiam,  fazem birra,  batem à porta, fazem chantagem emocional como por exemplo: "Nunca mais vai falar com você mãe.", até que a raiva passa até outro momento de rebeldia chegar.      Acredito que o que mais entristece o coração de uma mãe  é a falta de reconhecimento do seu filho por toda a sua dedicação a ele.      Dificilm

A vida com filhos: Do caos ao equilíbrio

    Os filhos são por vezes contraditórios. Eles possuem comportamentos que testam nossa paciência constantemente. Eles fazem um escândalo para ir tomar banho, e depois choram desesperadamente porque o banho acabou. Eles choram na hora de ir pra escola deixando a gente com o coração apertado e quando acaba a aula querem voltar para brincar com os amigos. Eles pedem determinada fruta para comer e quando a gente entrega pra eles simplesmente não querem mais. Eles choram porque não querem dormir, mas basta niná-los por alguns minutos que capotam imediatamente. Eles dizem não para quase tudo que precisa ser feito, e depois reclamam porque acabou aquilo que eles fizeram o maior escândalo para não fazer de início.      Ahhh os filhos são serzinhos que amamos muito mas que por vezes nos deixam à beira da loucura.      Assim como os filhos são contraditórios, nós nos contradizemos quando sentimos falta da vida tranquila antes deles chegarem e logo em seguida não imaginamos como poderíamos ser

Sobre ter filhos

 Filhos são espaçosos. Eles ocupam espaço desde o ventre materno e fazem dele sua morada por 9 meses. Eles ocupam os braços de seus cuidadores e fazem deles seu colo por alguns anos. Eles ocupam a cama de seus pais e se consideram donos dela. Eles ocupam os pensamentos dos seus responsáveis e são os motivos de toda preocupação deles. Eles ocupam o nosso tempo que já não está mais disponível para as nossas necessidades. Primeiro vem eles,  se sobrar um tempinho pra gente é lucro. Eles ocupam nossa atenção, dificilmente conseguimos terminar alguma tarefa sem interrupções com eles por perto. Eles ocupam nosso orçamento, mesmo que precisemos de algo, sempre serão prioridade dos nossos gastos. Os filhos depois que chegam ocupam grande parte da nossa vida. Aquela que antes era vivida para  nós mesmos e passa ser dedicada a eles. Embora esses espaços ocupados nos esgotem física e emocionalmente em alguns momentos, se pudéssemos não voltaríamos no tempo, pois a vida de antes não nos permitiria

Minhas queridas avós

  Na foto estão minhas duas avós: Á esquerda Dona Josefa minha avó materna (falecida há quase 9 anos.) Á direita Dona Valdeci minha avó paterna (a única que eu tenho viva, hoje com 83 anos). Além de terem a mesma neta elas possuem muitas outras coisas em comuns: São nordestinas e vieram tentar a vida na terra das oportunidades; Tiveram muitos filhos em uma época que não havia métodos contraceptivos; Faziam costura pra fora para auxiliar na renda familiar; Lavaram muita roupa na mão, carregaram muito menino no colo e encheram muito balde de água do poço quando ainda nem se tinha água encanada em casa; Sempre se dedicaram aos filhos com muito zelo e cuidado; Como avós com toda certeza fizeram todos os gostos e caprichos dos netos; Ficaram viúvas (uma com 7 filhos pequenos para criar sozinha, e a outra depois de terem completado mais de 60 anos de matrimônio com filhos já criados e um bisnetinho pequeno); Perderam muitos de seus entes queridos com o avançar da idade; Passaram por muitas l

Os perrengues da maternidade

    Eu já ouvi dizer que a maternidade é que nem jogo de videogame: a cada fase vai ficando mais difícil.      Acredito que a mãe vai adquirindo confiança sobre seu próprio maternar conforme as fases vão aumentando, e às vezes isso dá a sensação de que a maternidade fique mais "fácil", mas as dificuldades estarão sempre presentes nos desafiando a superá-las.      Os primeiros dias com o recém nascido são muito difíceis. É preciso atender o bebê de hora em hora, tem a recuperação pós parto e o puerpério. São muitas mudanças drásticas de uma só vez para que essa mãe se adapte.      As cólicas do bebê que não passam nem com remédio, a amamentação que nos arranca lágrimas de dor, as reações das vacinas que doem mais na gente do que no nosso filho, as noites em claro, as febres e resfriados, a fase das birras e os choros por qualquer motivo que nos tiram a paciência, e tantos outros perrengues inevitáveis de fases futuras que toda mãe há de enfrentar.      Vai ter dias que se sent

Sobre o sono depois da maternidade

    Depois que seu filho nascer o seu sono nunca mais vai ser o mesmo." Muito provavelmente você mãe já ouviu essa frase antes de segurar seu filho nos braços pela primeira vez.   Talvez você até duvide dessa afirmação até chegar o dia da primeira noite em casa com seu bebê.   Cientificamente deve haver alguma resposta que explique o que acontece no cérebro da mãe depois do nascimento do seu bebê, mas de fato o sono da mulher muda depois da maternidade.   Por mais pesado que seja o seu sono, o mais leve dos movimentos do seu bebê vai te despertar imediatamente para então poder atendê-lo; Se você tinha facilidade em dormir assim que deitasse talvez demore um pouco mais para cair em sono profundo mesmo que seu bebê esteja dormindo tranquilamente; Seu sono será fracionado, e acordará de hora em hora até provavelmente os dois primeiros anos do seu filho para poder amamentá-lo ou acalmá-lo nos despertares da madrugada; Algumas vezes ele vai te acordar de madrugada cheio de energia para

Sobre o tempo depois da maternidade

Depois que um filho nasce, a mulher que acaba de se tornar mãe precisa aprender a gerenciar o seu tempo. Tempo esse que antes era organizado de acordo com os seus próprios gostos e necessidades agora é dedicado ao bebê  que necessita dos seus cuidados para sobreviver. A mulher sem  filhos possui liberdade de escolha para realizar qualquer atividade que deseje, enquanto a mulher com filhos encontra barreiras para fazer desde uma tarefa simples como lavar a louça ou ir ao supermercado, ou até mesmo trabalhar fora ou estudar. Um filho não impossibilita a mãe  de ter uma vida ou realizar suas tarefas porém a responsabilidade deste papel torna qualquer outra função muito mais difícil de ser realizada pois nada mais será como a vida de antes da chegada de um filho. Grande parte das suas  atividades agora estão relacionadas aos cuidados da criança. Qualquer outra coisa que ela precise fazer tem que se adequar à rotina e necessidades deste serzinho que vai ditar as regras do tempo da vida dest

Série: A vida com Joe

    Esta série retrata a vida de Joe, um garotinho que foi diagnosticado com autismo aos 5 anos. A série acompanha como a sua família lida com a revelação do espectro autista. O grande desafio para eles é entenderem a forma do Joe ser e então aprenderem a se comunicar com ele  A série retrata os conflitos causados pela quebra da expectativa do filho idealizado pelos pais e que os mesmos por mais que desejem não possuem controle sobre seus filhos.      Ela está disponível na plataforma HBO Max, e possui três temporadas. É uma ótima dica para que você possa conhecer mais de perto como se sente uma pessoa autista, seus conflitos e limitações.     E você já assistiu essa série? Aproveite e indique para que mais pessoas possam assistir também. Por: @giselesertao @afagodemaeoficial

A invisibilidade da maternidade

 Ao se tornar mãe uma mulher passa por grandes transformações com toda certeza. Dentre elas infelizmente acontece o fenômeno da invisibilidade. Deixe-me explicar melhor: Desde que ela recebe alta da maternidade às atenções se voltam para o seu bebê, e em muitos casos essa mãe não recebe acolhimento necessário nesse momento tão frágil de sua vida; Muito provavelmente ela deixará de se incluída em encontros sociais devido a sua nova realidade, ou mesmo que ela seja convidada talvez  não se sinta a vontade de ir  caso ambiente não ser apropriado para um bebê; Nas refeições em família ela é a última a se alimentar pois precisa esperar que alguém termine a refeição primeiro para poder segurar o seu filho para que ela então consiga comer também; Quando ela entra em um ônibus lotado com um bebezinho nos braços e fica na espera de que  alguém a note e  disponibilize um lugar para que ela possa se sentar; Quando ela precisa retornar ao mercado de trabalho e mesmo com boas experiências profissio

A maternidade vai te amadurecer

Muito antes de eu ser mãe, algumas pessoas me disseram que a chegada de um filho muda a vida dos seus pais. E eu imaginava que a mudança era inevitável com toda certeza. Mas por mais que a gente imagine um cenário antes dele acontecer, não conseguimos ter a real dimensão até  vivenciarmos  nós mesmos determinadas experiências. O nascimento de um filho tem o poder de amadurecer a mente e comportamento de seus pais. Você vai deixar de se importar com coisas fúteis, deixará de lado relações tóxicas e aprenderá a impor limites em situações desconfortáveis caso elas afetem o bem estar do seu filho por exemplo; Você vai aprender a ter autocontrole e não explodirá por qualquer coisa. Pensará muito mais nas suas ações pois terá a consciência de que elas impactam a vida do seu filho; Você terá autoconhecimento, pois através da maternidade vai revisitar a sua própria infância, os seus valores aprendidos, a sua visão de mundo e se esforçará  para quebrar ciclos que te afetaram negativamente para

O que ninguém me contou sobre a maternidade...

Ninguém me contou que quando um bebê nasce não sentimos aquele amor avassalador de cenas de novelas, e que ele é construído diariamente através da relação mãe e filho; Ninguém me contou que não nos sentimos plenas e felizes simplesmente porque demos à luz à um bebê. Vai ter dias de choro, tristeza, solidão, exaustão e angústia o que não significa  que não amamos nosso filho; Ninguém me contou que aquela atenção toda recebida pelos demais na gravidez desaparece e é substituída por julgamentos e distanciamentos. Infelizmente algumas pessoas se afastam  e já não se fazem mais presentes na vida dessa recém mãe; Ninguém me contou que a maternidade dói. Dói quando vemos nosso bebê sofrendo de cólica, quando ele precisa tomar vacina ou quando está ardendo em febre. Dói também saber que jamais poderemos poupá-lo dos sofrimentos inevitáveis ao longo de sua vida; Ninguém me contou que o mercado de trabalho é cruel com as mães. Ele as exclui, as ignora e as descredibiliza simplesmente por terem f