Filhos são espaçosos. Eles ocupam espaço desde o ventre materno e fazem dele sua morada por 9 meses. Eles ocupam os braços de seus cuidadores e fazem deles seu colo por alguns anos. Eles ocupam a cama de seus pais e se consideram donos dela. Eles ocupam os pensamentos dos seus responsáveis e são os motivos de toda preocupação deles. Eles ocupam o nosso tempo que já não está mais disponível para as nossas necessidades. Primeiro vem eles, se sobrar um tempinho pra gente é lucro. Eles ocupam nossa atenção, dificilmente conseguimos terminar alguma tarefa sem interrupções com eles por perto. Eles ocupam nosso orçamento, mesmo que precisemos de algo, sempre serão prioridade dos nossos gastos.
Os filhos depois que chegam ocupam grande parte da nossa vida. Aquela que antes era vivida para nós mesmos e passa ser dedicada a eles.
Embora esses espaços ocupados nos esgotem física e emocionalmente em alguns momentos, se pudéssemos não voltaríamos no tempo, pois a vida de antes não nos permitiria conhecer o encontro com o nosso eu altruísta e com o amor mais genuíno que tivemos o privilégio de conhecer.
De todos os espaços que eles ocupam em nossas vidas, sem sombras de dúvida o mais afetado é o nosso coração.
Pois este se quebra em pedaços cada vez que o filho adoece, quando ele se machuca, sofre alguma decepção ou quando precisa ser repreendido com disciplina.
Este mesmo coração que passou a existir em outro peito no mesmo dia em que seu filho nasceu, e que mesmo que um dia deixe de existir continuará vivo no peito daquele que foi responsável por tantas rachaduras, mas que também fez valer a pena cada batida deste calejado coração.
Texto: @giselesertao @afagodemaeoficial
Arte: @momisdrawing |
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