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A invisibilidade da maternidade

 Ao se tornar mãe uma mulher passa por grandes transformações com toda certeza. Dentre elas infelizmente acontece o fenômeno da invisibilidade. Deixe-me explicar melhor:

Desde que ela recebe alta da maternidade às atenções se voltam para o seu bebê, e em muitos casos essa mãe não recebe acolhimento necessário nesse momento tão frágil de sua vida;
Muito provavelmente ela deixará de se incluída em encontros sociais devido a sua nova realidade, ou mesmo que ela seja convidada talvez  não se sinta a vontade de ir  caso ambiente não ser apropriado para um bebê;
Nas refeições em família ela é a última a se alimentar pois precisa esperar que alguém termine a refeição primeiro para poder segurar o seu filho para que ela então consiga comer também;
Quando ela entra em um ônibus lotado com um bebezinho nos braços e fica na espera de que  alguém a note e  disponibilize um lugar para que ela possa se sentar;
Quando ela precisa retornar ao mercado de trabalho e mesmo com boas experiências profissionais encontra dificuldade de encontrar uma  oportunidade por que um filho "pode atrapalhar" seu desempenho profissional na visão de muitas empresas;
Quando ela trabalha 7 dias por semana, 24 horas por dia sendo mãe em tempo integral e há quem diga que ela "não trabalha";
Quando ela percebe que se tornar mãe significa para muitos que ela não pode ter uma vida além da maternidade, que ela sempre será julgada se fizer algo por si mesma que não envolva seus filhos;

Ter um filho não é algo ruim. Ser mãe é uma dádiva mesmo com seus desafios inevitáveis. O que torna a maternidade ainda mais difícil são os obstáculos colocados pela própria sociedade que insiste em não enxergar-nos.
Ser mãe não é um empecilho para que nós mulheres façamos coisa alguma, e muito menos um obstáculo que nos impeça de sermos quem nós quisermos ser.
Nós não deixamos de existir porque tivemos filhos. A maternidade não nos anula, ela nos empodera disso eu tenho certeza.
Somos antes de mães, mulheres que buscamos respeito e empatia. Lutamos também pelo nosso espaço e esse ninguém pode ocupar o nosso lugar.





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