Nádia Ghulam nasceu em Kabul, no Afeganistão. Quando ela tinha oito anos a casa em que morava com sua família foi destruída por um bombardeio.
Ela sofreu graves feridas, teve seu rosto deformado pelas queimaduras e ficou um longo período no hospital lutando por sua vida.
Aqui um trecho após ela ter acordado foi coma:
"Naquele dia em que acordei no hospital, e que para minha mãe foi um dos mais felizes da sua vida, eu entrei no inferno. Meu corpo pequeno e ágil de menina tinha se transformado em uma carcaça que me custaria quase vinte anos não para gostar dele, mas simplesmente para poder olhá-lo sem começar a chorar."
Para sustentar a sua família, ela teve a coragem de assumir a identidade do irmão falecido, subvertendo assim as leis do regime Talibã que proibiam as mulheres de trabalhar.
Nádia se viu em crise existencial após passar um longo período assumindo a identidade de outra pessoa:
"Como Zelmai, minha vida tinha valor. Era uma pessoa respeitada, alguém que tinha opinião, que podia ajudar, que ocupava um lugar na sociedade. E era livre para fazer o que quisesse. Agora teria que renunciar a tudo? Teria que colocar um chador, me trancar em casa para cuidar da minha família e me acostumar a não ter representatividade? No Afeganistão, as mulheres são seres inferiores e submissos. Simplesmente eu me negava a ser assim. Devia continuar fingindo, talvez para sempre."
O segredo do meu turbante é uma história real marcada pela coragem, garra, perca da infância, luta por direito á dignidade, estudos e trabalho de uma menina que precisou arrancar forças de onde não tinha para não sucumbir às mazelas das consequências terríveis da guerra em seu país.
Texto: @giselesertao @afagodemaeoficial
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