Minha avó materna se preocupava muito com a minha mãe devido todas as suas dificuldades de aprendizado.
Ela amava todos os seus filhos igualmente, mas a minha mãe era sua preocupação constante.
E ela se preocupava muito comigo também porque sabia que minha mãe sozinha não conseguiria cuidar de mim. Nunca foi questão de preferências e sim cuidado para que nós duas conseguíssemos sobreviver.
Por ser uma mulher de fé, ela fazia questão de me buscar todas as sextas-feiras para irmos à igreja no sábado. Ela sabia que a Palavra de Deus seria importante para me guiar nos caminhos do Senhor. E de fato ela foi fundamental para me orientar e suprir muitas lacunas que minha mãe não conseguia preencher na minha vida.
Eu hoje, como mãe, compreendo que toda esse cuidado que minha avó tinha com ela e comigo também era por causa das adversidades que teríamos que enfrentar neste mundo muitas vezes perverso e cruel.
Nós duas nunca fomos melhores nem piores do que nenhum outro integrante da família.
Minha avó sempre me aconselhava para ajudar minha mãe e desde muito nova eu me vi cheia de responsabilidades. Eu carreguei o fardo por muitos anos de ser mãe da minha mãe sem ter a mínima maturidade para isso.
Lembro-me das inúmeras vezes que eu tentei mudar o jeito dela e fazer ela entender na marra o que eu acreditava ser o "certo". E isso trouxe grandes traumas para nós duas.
Depois de muito sofrer, não entender muita coisa e deixar de morar perto da minha mãe, Jesus foi me ensinando dia a pós-dia que a mudança precisava começar dentro de mim.
Que eu precisava mudar a mim mesma, para então entender como Deus sempre a enxergou: Ela é alguém especialmente diferente e amada pelo nosso Pai assim como todos os seus filhos.
Ela não é uma mãe perfeita, assim como eu também não sou e nunca serei.
Ela é a mãe que Deus escolheu para me ensinar valores eternos que eu jamais aprenderia se eu tivesse tido qualquer outra mãe.
Não foi do dia para noite, passamos por muitas lutas para chegar até aqui. Mas com a graça e misericórdia de Deus, hoje conseguimos respeitar-nos com nossas diferenças e limitações.
Eu tenho certeza do quanto Deus não se esqueceu de nenhuma oração da minha avó Dona Josefa (falecida há 9 anos). E do quanto Ele sempre cuidou de nós duas, mesmo quando não tínhamos maturidade e sabedoria para agir de acordo com a vontade de Deus.
Minha avó orava constantemente por todos os seus filhos e netos. Ela pedia muito a Deus que todos seguissem o seu caminho e seus ensinamentos de amor, compaixão, respeito, empatia, generosidade e solidariedade, independente de qualquer que seja a crença religiosa.
Deus é bom o tempo todo e ele não desiste de nenhum dos seus filhos. Eu e a minha mãe Dona Elisete somos a prova viva disso.
Quem nos conhece, também conhece um pouquinho da Dona Josefa que continua viva em nosso coração.
Obrigada Jesus por sua infinita graça, amor e misericórdia em nossas vidas.
Texto: @giselesertao @afagodemaeoficial
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