Em 2010, quando eu tinha 18 anos, eu trabalhava como recepcionista em uma instituição de ensino superior. Por trabalhar lá eu tinha direito a uma bolsa de estudos 100% gratuita. Eu não encontrei nenhum curso que me interessasse, mas optei por fazer a matrícula de administração de empresas. Bastou um mês em sala de aula para eu perceber que o curso nada tinha a ver comigo. Então eu tranquei a matrícula e fiquei apenas trabalhando até meio do ano de 2011.
Mas ainda assim eu queria estudar, porém, eu tinha muitas inseguranças e dúvidas do que fazer. Eu tinha muito medo de fazer uma graduação de 4 anos e depois perceber que não era bem aquilo que eu queria.
Então eu busquei por cursos técnicos de curta duração na Etec. Das opções disponíveis, o curso de Nutrição e Dietética me chamou bastante atenção, pois eu pensei assim: se eu não trabalhar com isso, pelo menos vai servir para melhorar a minha alimentação. Das unidades disponíveis tinha a opção em Santo André e São Mateus. Eu morava em Mauá e o trajeto mais rápido e viável para mim era Santo André. Mas algo dentro de mim me dizia: escolhe em São Mateus, por ser uma unidade menos concorrida, você tem mais chances de passar. Então eu me inscrevi para estudar no segundo semestre de 2011 nesta unidade.
No primeiro semestre de 2011 meu marido fazia curso técnico de mecatrônica em Santo André, ele quebrou o braço que escrevia jogando bola e ficaram semanas sem ir para o curso. Quando melhorou do braço decidiu trancar a matrícula e mudou para o curso de Programação na Etec São Mateus.
Então no primeiro dia de aula: 25 de julho de 2011, nossa olhares se cruzaram pela primeira vez no ponto de ônibus, após a saída do curso.
Nós teríamos tudo para não nos conhecermos, afinal morávamos longe um do outro. Eu não conhecia ninguém pros lados que ele morava e vice-versa.
Eu sempre achei incrível essas duas mudanças de rotas de nossas vidas terem nos unido através de um belo "acaso" para muitos.
Mas para mim nunca foi uma coincidência. Deus já havia determinado que nós nos conheceríamos neste dia.
Juntos nós já erramos, acertamos, caímos, nos levantamos, choramos, sorrimos, nos formamos, casamos, passamos lutas, perrengues, vitórias, brigamos, nos reconciliamos , tivemos nosso filho e continuamos aprendendo, amadurecendo e crescendo em sabedoria.
Coincidentemente para alguns, mas não para mim, este mesmo dia 25 de julho é a data do falecimento da minha querida avó Dona Josefa (2013). E o meu marido na época foi a pessoa que ficou ao meu lado o tempo todo me consolando e me dando forças no pior dia da minha vida.
Mas o consolo maior veio de Deus, aquele que nos criou a sua imagem e semelhança, que uniu nossos caminhos, e que me faz lembrar deste dia 25 de julho como um dia feliz por ter conhecido o meu marido e um dia não tão feliz assim por ter perdido a minha avó, porém Ele também me faz sentir grata por ter tido a oportunidade de ter convivido 21 anos ao lado dela. Eu sempre carreguei no meu coração a lembrança boa da minha avó e o legado de amor à Palavra de Deus que ela me ensinou desde criança.
Curiosamente, neste dia também é dia do escritor. Paixão essa que Deus me fez entender ser o meu propósito de vida para abençoar outras pessoas. Para não precisarem aprender na dor o que pode ser evitado pela graça e misericórdia de Deus.
Hoje não é dia 25 de julho, mas é um dia repleto de significados para mim. É um dia que Deus escolheu para me lembrar de agradecer a sua infinita bondade e cuidado por mim todos os dias da minha vida até aqui, e todos os outros que virão até meu último suspiro nesta Terra.
Deus é um Deus de detalhes. E não faz nada por acaso disso eu tenho certeza.
Eu sou a prova viva do quanto e possível ser feliz em Jesus mesmo com adversidades e lutas inevitáveis da vida. Ele nos sustenta e cuida de todos nós não importa a circunstância.
Texto: @giselesertao @afagodemaeoficial
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