Pular para o conteúdo principal

Mães trabalhadoras merecem respeito

    Mulheres quando engravidam não são vistas com bons olhos no ambiente de trabalho. Afinal, elas precisam ir em consultas médicas todos os meses, "atrapalham" a produtividade da equipe, tiram licença maternidade, e quando retornam  ao trabalho na maioria das vezes são demitidas.     Ser mãe em uma sociedade extremamente machista e capitalista é um "péssimo negócio."

    Ontem, uma  reportagem me deixou muito consternada: Através de uma videoconferência, um desembargador chamou atenção de uma  advogada, porque a sua bebê de 6 meses estava "atrapalhando" a reunião. O mesmo sugeriu que a criança deveria ficar em um local "adequado". 

    Ele na sua colocação infeliz  não tem a mínima noção de como é a rotina de uma criança, que precisa de cuidado em tempo integral e que não para quieta num canto como se fosse um objeto. Tão pouco imagina o malabarismo que uma mãe  precisa fazer  para cuidar do filho enquanto trabalha.

  Ele constrangeu  sua colega de trabalho por exercer a sua maternidade enquanto trabalhava, realidade essa de milhares de outras mães Brasil afora.

    Me revolta a "normalidade" com que o profissionalismo de uma mulher é descredibilizado por que ela tem um filho para cuidar.  Me revolta as empresas subestimaram a capacidade profissional de uma mulher porque ela é mãe. Me revolta os comentários maldosos, os olhares de julgamento e a falta de empatia pelas mães profissionais que se desdobram em mil tarefas para exercerem todos os seus papéis. Me revolta  também o silêncio de alguns que ao verem situações como estas compactuam para que essa realidade perpetue no ambiente de trabalho.

    Me revolta saber que quando se trata de um pai que leva o filho para o trabalho ou precisa faltar para levá-lo ao médico, ele é um exemplo a ser seguido. Já  com a mãe? O discurso é completamente diferente. E essa diferença é exorbitante, descabida e revoltante.

    As mães profissionais não querem aplausos nem troféus pelas funções que exercem.

Elas apenas desejam serem tão repeitadas quanto os homens, que embora também tenham filhos, não enfrentam um terço dos obstáculos que elas são obrigadas a encarar simplesmente por serem mães.



Foto: G1






Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Bipolaridade na maternidade

  A maternidade é intensa. Ela é cheia de emoções que se misturam todos os dias. Quando se é mãe e também se convive com a bipolaridade essa jornada ganha ainda mais desafios. Existem dias em que a energia transborda: a criatividade, o carinho, a disposição para brincar e estar presente parecem infinitos. Em outros, levantar da cama já é uma grande vitória. Essas oscilações não significam falta de amor pelo filho, muito pelo contrário: cada esforço silencioso, cada pequeno gesto, cada tentativa em meio ao cansaço e à dor são provas diárias de um amor imenso e corajoso. A maternidade para quem vive com bipolaridade é feita de batalhas invisíveis. São lutas internas que ninguém vê, mas que exigem força, resiliência e, principalmente, muita compaixão consigo mesma. Nem sempre é fácil pedir ajuda. Nem sempre é simples explicar que o silêncio, o cansaço ou a falta de ânimo não têm nada a ver com desistência ou falta de vontade — são apenas parte de uma condição que precisa ser respeitad...

Consultório de Família (TV Novo Tempo e Youtube)

Programa: Consultório de Família Todas as terças, 22h, ao vivo na TV Novo Tempo. Canal do Youtube : Consultorio de Familia - YouTube      O Consultório de Família é um programa que discute as relações humanas, sejam elas pessoais, profissionais ou familiares. A apresentadora Darleide Alves recebe psicólogos, educadores e profissionais que debatem questões importantíssimas de temas familiares através de um Bate-Papo edificante e descontraído com base na Palavra de Deus.    Mais do que um programa de TV, Consultório de Família é um momento terapêutico que te auxilia a ter autoconhecimento e te ajuda a identificar a causa raiz de determinados comportamentos seus ou de pessoas próximas a você. Todos temos nossa bagagem de vida, experiências e traumas que nos constituem como indivíduos, mas ainda assim todas essas questões não determinam de fato quem realmente nós somos.     Ao assistir este programa você irá compreender que a mudança que tanto você qu...

30 anos, a idade do sucesso.

 Dizem que 30 anos é a idade do sucesso. Mas o que é considerado sucesso para uns pode não ser considerado sucesso para outros. Eu já vi gente ficar frustrado porque a vida do outro parece ser mais legal. Eu já vi gente ficar depressiva porque não tem a vida instagramavel que muitos postam na rede social. Mas afinal, o que é sucesso pra você? E pra mim? Eu tenho 33 anos e não tenho minha casa própria, nem carro. Também não tenho uma profissão bem sucedida e nunca fiz uma viagem internacional. Pra muitos isso pode ser considerado um fracasso. Pra mim o sucesso vai além dos padrões convencionais: Aos 23 anos eu tive a sorte de me casar com o amor da minha vida. Alguém que me compreende, me completa e me faz feliz. Aos 24 anos me formei em uma graduação que não me deu retorno financeiro (Publicidade e Propaganda) mas que me fez muito feliz enquanto a cursei.  Aos 27 anos me tornei mãe de um menininho lindo. É ele que me motiva todos os dias a jamais desistir. Eu tive o privilégio...