Pular para o conteúdo principal

Quando a maternidade é "ingrata"

    Filhos são ingratos.” Tá aí uma frase que eu ouvia constantemente da minha finada avó Dona Josefa. Ela sempre tinha alguma queixa sobre as escolhas dos seus filhos.
    Ela tinha a sua fé cristã e fazia questão de levá-los para igreja. Ela acreditava saber o que era melhor para eles. Ela ensinava os valores de fé dos quais acreditava a fim de que eles também seguissem suas crenças.
    Com o passar dos anos todos deixaram de frequentar denominação religiosa da mãe. Alguns casaram, outros não. Uns tiveram filho e outros não. Uns mudaram para longe e se formaram na faculdade. Já outros nem completaram 2° grau. Alguns, a  visitavam constantemente, pois moravam perto, outros moravam longe e a visitavam quando conseguiam.
    “Filhos são ingratos.” Dizia a minha avozinha.
    Sabe porque ela pensava assim?
    Porque ela esperava que todos correspondem as suas expectativas. Ela sentia que eles não reconheciam os seus esforços enquanto mãe quando faziam algo que a desagradasse, algo que ela acreditava não ser o “certo”.
    Minha avó era uma senhora com uma mentalidade de acordo com a sua época e eu não a julgo por isso. Mas aprendi muita coisa importante com as suas experiências, idealizações e frustrações.
    Os filhos embora nos custem muito suor, lágrimas, tempo e desgaste emocional não nasceram para nos agradar.
    Arrisco dizer que a maternidade sim, é ingrata, quando nós mães projetamos como um filho ”ideal” deve ser ou agir.
    Já eles? Assim como a lagarta vira borboleta e sai do casulo, um dia precisarão sair do ninho para voar e ter suas próprias decisões.
Isso não faz dele um “filho ingrato” e sim um ser humano livre para ser quem ele quiser.
    Quando a mãe entende isso compreende também que o filho não lhe deve nada além da sua própria felicidade.
    A maternidade “ingrata” manipula e cria barreiras e conflitos na relação mãe e filho.
    Já a maternidade saudável torna essa relação sólida, leve e com muita cumplicidade.
    E você, qual caminho tem feito nesta jornada da maternidade?



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Bipolaridade na maternidade

  A maternidade é intensa. Ela é cheia de emoções que se misturam todos os dias. Quando se é mãe e também se convive com a bipolaridade essa jornada ganha ainda mais desafios. Existem dias em que a energia transborda: a criatividade, o carinho, a disposição para brincar e estar presente parecem infinitos. Em outros, levantar da cama já é uma grande vitória. Essas oscilações não significam falta de amor pelo filho, muito pelo contrário: cada esforço silencioso, cada pequeno gesto, cada tentativa em meio ao cansaço e à dor são provas diárias de um amor imenso e corajoso. A maternidade para quem vive com bipolaridade é feita de batalhas invisíveis. São lutas internas que ninguém vê, mas que exigem força, resiliência e, principalmente, muita compaixão consigo mesma. Nem sempre é fácil pedir ajuda. Nem sempre é simples explicar que o silêncio, o cansaço ou a falta de ânimo não têm nada a ver com desistência ou falta de vontade — são apenas parte de uma condição que precisa ser respeitad...

Consultório de Família (TV Novo Tempo e Youtube)

Programa: Consultório de Família Todas as terças, 22h, ao vivo na TV Novo Tempo. Canal do Youtube : Consultorio de Familia - YouTube      O Consultório de Família é um programa que discute as relações humanas, sejam elas pessoais, profissionais ou familiares. A apresentadora Darleide Alves recebe psicólogos, educadores e profissionais que debatem questões importantíssimas de temas familiares através de um Bate-Papo edificante e descontraído com base na Palavra de Deus.    Mais do que um programa de TV, Consultório de Família é um momento terapêutico que te auxilia a ter autoconhecimento e te ajuda a identificar a causa raiz de determinados comportamentos seus ou de pessoas próximas a você. Todos temos nossa bagagem de vida, experiências e traumas que nos constituem como indivíduos, mas ainda assim todas essas questões não determinam de fato quem realmente nós somos.     Ao assistir este programa você irá compreender que a mudança que tanto você qu...

30 anos, a idade do sucesso.

 Dizem que 30 anos é a idade do sucesso. Mas o que é considerado sucesso para uns pode não ser considerado sucesso para outros. Eu já vi gente ficar frustrado porque a vida do outro parece ser mais legal. Eu já vi gente ficar depressiva porque não tem a vida instagramavel que muitos postam na rede social. Mas afinal, o que é sucesso pra você? E pra mim? Eu tenho 33 anos e não tenho minha casa própria, nem carro. Também não tenho uma profissão bem sucedida e nunca fiz uma viagem internacional. Pra muitos isso pode ser considerado um fracasso. Pra mim o sucesso vai além dos padrões convencionais: Aos 23 anos eu tive a sorte de me casar com o amor da minha vida. Alguém que me compreende, me completa e me faz feliz. Aos 24 anos me formei em uma graduação que não me deu retorno financeiro (Publicidade e Propaganda) mas que me fez muito feliz enquanto a cursei.  Aos 27 anos me tornei mãe de um menininho lindo. É ele que me motiva todos os dias a jamais desistir. Eu tive o privilégio...