Dona de uma alma sensível Eliane Brum relata através de textos originais e potentes histórias aparentemente comuns e ordinárias. Histórias que não são noticiadas no jornalismo convencional. Histórias que não possuem nada de magnífico para a grande massa. Histórias esquecidas e que talvez nunca seriam contadas se não tivessem cruzado com o olhar atento aos pequenos acontecimentos de Eliane.
Apaixonada pelo ofício de contar histórias a autora se especializou em contar a vida de humanos anônimos: o andarilho Israel que descobriu no olhar da professora que podia estudar, Eva, mulher negra, pobre e com deficiência física que contra tudo e todos conseguiu na faculdade se formar, Camila, a menina enviada aos sinais para o sustento da família providenciar, Dona Maria de olhos brilhantes que ouviu desde pequena que era burra demais para a escola frequentar, o doce velhinho dos comerciais que sobreviveu ao holocausto e decidiu que sua vingança á tanta atrocidade seria viver e amar.
Essas e tantas outras histórias de vid aparentemente comuns, se transformaram em relatos épicos e extraordinários contatos através da força narrativa e poética de Eliane.
A vida que ninguém vê transforma os coadjuvantes da vida cotidiana em protagonistas da suas próprias histórias. E traz aos seus leitores a percepção de enxergar a generosidade através do olhar para a própria vida e principalmente para a vida do outro, que mesmo quando não nos diz nada em palavras, tem muito a nos dizer seja no seu silêncio ou na sua maneira de nos olhar.
Livro: A vida que ninguém vê
Autora: Eliane Brum
Editora: Arquipélago Editorial
N° de páginas: 208
Texto: @giselesertao @afagodemaeoficial
Comentários
Postar um comentário