Pular para o conteúdo principal

Livro: Longe da Árvore: (Cap. 05-Autismo)

  Sobre o capítulo:  
    Andrew Solomon  retrata a temática do Autismo. Ele destaca aspectos de como cada família descobriu o diagnóstico de seus filhos e se sentiu em relação a isso. Ele aborda também o convívio em sociedade, o preconceito sofrido e as limitações  vivenciadas pelas  pessoas com esta síndrome.

Sobre o autismo: 

  Trata-se de uma síndrome, não de uma doença, pois é um conjunto de comportamentos, não uma entidade biológica conhecida. A síndrome abrange um grupo altamente variável de sintomas e comportamentos, e pouco sabemos sobre onde ela se localiza no cérebro, por que ocorre ou o que a desencadeia. Não temos como mensurá-la, a não ser por suas manifestações externas.


Principais sintomas: 

  • Falta ou atraso na fala; comunicação não verbal deficiente; movimento repetitivo, inclusive agitação dos braços e outros comportamentos auto estimulantes; contato visual mínimo; pouco interesse por amizades; falta de brincadeiras espontâneas ou imaginativas; empatia, insight e sociabilidade prejudicados; capacidade de reciprocidade emocional reduzida; rigidez; interesses altamente focados; fascínio por objetos como rodas girando e coisas brilhantes.

  • A dicção das pessoas autistas que falam pode carecer de entonação e, muitas vezes, elas falam com os outros demorada e repetidamente sobre seus objetos prediletos. São comuns os rituais alimentares e uma dieta muito limitada. Os indivíduos com autismo podem ser muito sensíveis à sobrecarga sensorial de espaços cheios de gente, de contato humano, de luzes fluorescentes ou oscilantes e de barulho. Muitos acham insuportáveis pequenos incômodos como etiquetas de roupa. É frequente ficarem desconcertados com coisas que agradam à maioria das outras pessoas.


Possíveis causas: 

  • O autismo pode ser genético, determinado por novas mutações espontâneas ou hereditárias; têm forte correlação com a idade paterna, possivelmente devido a mutações germinativas de novo que ocorrem de modo espontâneo no esperma de pais mais velhos.

  • Num estudo recente, a taxa de autismo quadruplicou quando os pesquisadores compararam o país na faixa dos trinta anos com outros na faixa dos vinte, e parece ser mais drástica a situação dos pais em estágios posteriores da vida.

  • Os pesquisadores também conjecturam que o autismo seja causado por incompatibilidades genéticas entre mãe e filho que se desenvolvem durante a gestação. 


Tratamento

  • Não há tratamento para a configuração neurológica atípica que caracteriza o autismo, mas é possível educar a criança autista, ministrar-lhe remédios ou fazer modificações dietéticas ou de estilo de vida capazes de aliviar a depressão, a ansiedade e os problemas físicos e sensoriais que a afetam.

  • Como escreveu Bryna Siegel, psicóloga da Universidade da Califórnia em San Francisco, em Helping Children with Autism Learn [Ajudando crianças com autismo a aprender], "o quadro do tratamento do autismo complicado pelo fato de haver muitas perspectivas diversas pelas quais encarar o tratamento: desenvolvimentista, comportamental, educacional, cognitiva e médica. Os profissionais dessas diferentes perspectivas em geral não entendem o vocabulário uns dos outros"


Estigma sobre o autismo:

  • O clichê em torno do autismo diz que a síndrome tolhe a capacidade de amar, e iniciei esta pesquisa interessado em saber em que medida um pai ou mãe pode amar o filho incapaz de lhe retribuir esse afeto.

  • Amar uma criança que não reflete nosso amor cobra um preço mais terrível que outro amor. Contudo, a maior parte das crianças autistas, apesar da reputação da síndrome, desenvolve, sim, apegos pelo menos parciais a outras pessoas, ainda que depois de um bom tempo.

  • Há outra maneira de enxergar o autismo. Sob o estandarte da neurodiversidade, certas pessoas, muitas no espectro autista, declaram que o autismo é uma identidade rica, ainda que também seja uma deficiência." A tensão entre identidade e doença é comum na maioria das enfermidades descritas neste livro, mas em nenhum outro exemplo o conflito é tão extremo.


Autismo na perspectiva de identidade: 

  • Jim Sinclair, um adulto autista e fundador da Rede Internacional do Autismo, escreveu: O autismo é uma maneira de ser. Não é possível separar o autismo da pessoa -e, se fosse possível, a pessoa que você deixaria não na mesma com que começou". 

  • "Os pais de autistas precisam ser sensatos no que se refere ao que os filhos podem ou não podem fazer, e não devem esperar que eles venham a ser 'normais'. As pessoas autistas são preciosas assim como são. Não têm valor só se puderem se transformar em pessoas menos obviamente autistas."


    Quer saber mais sobre este livro tão e enriquecedor Longe da Árvore? Há um clube de leitura com o projeto Calhamaço 2022, onde há a leitura de um capítulo por mês do “Longe da Árvore” de Andrew Solomon.


 Quer participar do clube? É só deixar um comentário no Instagram @historiasreaisclube ou enviar um direct que você seja adicionado no grupo do WhatsApp onde vamos conversando ao longo da leitura ou se preferir participar só das Rodas de Conversas, pós leitura de cada capítulo (toda última terça-feira do mês às 19:30 pelo Google Meet), é só deixar sinalizar que te enviaremos o link.


Texto: @giselesertao @afagodemaeoficial






Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Consultório de Família (TV Novo Tempo e Youtube)

Programa: Consultório de Família Todas as terças, 22h, ao vivo na TV Novo Tempo. Canal do Youtube : Consultorio de Familia - YouTube      O Consultório de Família é um programa que discute as relações humanas, sejam elas pessoais, profissionais ou familiares. A apresentadora Darleide Alves recebe psicólogos, educadores e profissionais que debatem questões importantíssimas de temas familiares através de um Bate-Papo edificante e descontraído com base na Palavra de Deus.    Mais do que um programa de TV, Consultório de Família é um momento terapêutico que te auxilia a ter autoconhecimento e te ajuda a identificar a causa raiz de determinados comportamentos seus ou de pessoas próximas a você. Todos temos nossa bagagem de vida, experiências e traumas que nos constituem como indivíduos, mas ainda assim todas essas questões não determinam de fato quem realmente nós somos.     Ao assistir este programa você irá compreender que a mudança que tanto você quer ver no outro precisa  começar primei

"Mamãe, você compra um amigo pra mim?"

  Meu filho tem 4 anos e adora brincar com os amiguinhos da escola. Um dia desses ele me fez uma pergunta inusitada: "Mamãe, você compra um amigo pra morar aqui com a gente e brincar comigo?".  Eu lhe expliquei que amigos a gente não compra, que precisamos conquistar os amigos e que logo ele iria ver os amiguinhos da escola. Lembrei -me da seguinte frase do pequeno príncipe: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." Amigos são jóias raras que conquistamos ao longo da vida. E para que a amizade dure é necessário regar e cuidar com muito afeto. É de nossa responsabilidade manter essa amizade com todo amor e carinho que ela merece. E você já conquistou muitas amizades até aqui? O que tem feito para que elas prevaleçam?  Quem tem um amigo tem tudo ❤️ Texto: @giselesertao @afagodemaeoficial

Jesus o maior psicólogo que já existiu

 Neste livro Mark W. Baker oferece uma perspectiva sobre como os ensinamentos de Jesus atingem ideias psicológicas capazes de influenciar mente, ações e principalmente nossa maneira de viver. O autor traz situações de seus pacientes em seu consultório terapêutico, em paralelo com exemplos dos pensamentos de Jesus, nos mostrando o quanto sua visão de mundo, e exemplo de vida trazem cura, transformação e libertação para padrões de comportamento que nos fazem mal, ou traumas que nos impedem de avançar  e alcançar amadurecimento. Dentre os diversos temas retratados no livro,  o conflito  que existe na mente de algumas pessoas sobre psicologia e religião me chamou bastante atenção: "Algumas pessoas não acreditam que a psicologia e a religião sejam compatíveis, chegando ao ponto de descrever as divergências entre elas como uma "guerra". Quando a psicologia é excessivamente narcisista e não admite que a religião tenha alguma coisa a oferecer para o entendimento do comportamento