Eu me tornei mãe em agosto de 2019. Quando meu filho tinha 6 meses a pandemia chegou aqui no Brasil. As notícias me aterrorizavam, o aumento dos números de mortos me assustavam, e todos os meus medos enquanto mãe de primeira viagem se potencializaram.
Eu não tive o meu filho no auge da pandemia, mas eu maternei a maior parte da vida dele até aqui neste contexto pandêmico.
Por vezes eu me questionei como seria o mundo que meu filho viveria a partir de então;
Eu senti culpa em ter colocado uma criança no mundo para possivelmente sofrer alguma consequência desta doença;
Eu tive muito medo de encontrar pessoas, de que tocassem no meu filho e que ele pegasse este vírus e viesse a ser hospitalizado;
Eu tive muito medo de morrer de coronavírus e deixar o meu filho sem mãe;
Eu me senti triste em privar meu filho de conhecer lugares, de estar perto de pessoas, de ter novas experiências importantes para o desenvolvimento de um bebê;
Eu senti que em muitos momentos eu estava sendo “exagerada” em não sair de casa, enquanto muita gente estava tendo uma vida “normal” dentro do possível;
Eu não conseguia parar de pensar nas mães que estavam parindo seus bebês, sobre o medo que elas poderiam estar sentindo.
Eu quebrei muitas expectativas sobre ser mãe em um mundo que eu jamais imaginei que existiria nem nos meus piores pesadelos.
Eu vivi e senti coisas que eu jamais imaginei que pudesse viver em toda a minha vida.
Não foi uma experiência fácil, mas aos poucos fui encontrando equilíbrio e consegui ter liberdade de viver uma maternidade de forma leve e menos neurótica.
Embora eu não tenha gostado de tudo o que aconteceu, eu consigo agradecer por tudo o que eu aprendi e cresci neste período tão nebuloso.
As mulheres que vivenciaram sua maternidade na pandemia enfrentaram seus piores medos e acredito eu que se tornaram mais fortes e corajosas após esta experiência tão desafiadora.
Eu tenho certeza que assim como eu, as mães de pandemia não são as mesmas depois de tudo o que viveram até aqui.
Todas vocês, possuem a minha mais profunda admiração.
Eu tenho certeza que assim como eu, as mães de pandemia não são as mesmas depois de tudo o que viveram até aqui.
Todas vocês, possuem a minha mais profunda admiração.
Texto: @giselesertao @afagodemaeoficial
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Imagem: @carola.caradebola |
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