Segundo palavras da própria autora, esta é uma história de sentimentos, uma história da alma. Não é uma história da guerra ou do Estado, e não é a biografia da dos heróis, mas a história do pequeno ser humano arrancado da vida comum e jogado na profundeza épica de um acontecimento enorme. Na grande história.
Neste livro você vai descobrir os fatos da guerra a partir da perspectiva feminina. Através de mulheres corajosas que enfrentaram as piores dores, lutas e circunstâncias desumanas a fim de defender a sua pátria das tropas nazistas.
Svetlana dá voz à Franco-atiradoras, voluntárias, garotas que pilotavam tanques, e enfermeiras de hospitais de campanhas, mulheres muito jovens que ouviram o chamado da pátria e combateram com muita coragem seus inimigos.
A maioria das mulheres que foram para o front de batalha se alistaram por vontade própria e pediram insistentemente para ir à linha de frente. Elas queriam fazer algo por sua nação. Esse era um desejo muito predominante para a maioria delas. Muitas queriam vingar seus mortos que foram brutalmente assassinados pelos alemães.
Na guerra tiveram que deixar a sua feminilidade de lado. Este trecho exemplifica bem sobre isso: “Chegou uma garota, eu não sabia como cortar o cabelo dela. Tinha uns cabelos exuberantes, ondulados. O comandante passou no abrigo: "Faça um corte de homem.”, “Mas ela é mulher.”
“Não, ela é um soldado. Vai voltar a ser mulher depois da guerra.”
Relatos de histórias reais, marcadas pela coragem, resiliência, força e memórias que jamais serão esquecidas em todas aquelas que viveram os horrores da guerra.
Svetlana nos emociona e nos faz refletir sobre quanto a maldade humana pode chegar, e quanto também ainda há esperança quando a compaixão e o amor combatem o ódio.
Finalizo aqui com um trecho que tocou meu coração e que deveria ser colocado em prática para que a história jamais repetisse tamanha atrocidade: "Deus não criou o ser humano para atirar, criou o ser humano para amar."
Livro: A guerra não tem rosto de mulher
Autora: Svetlana Aleksiévitch
Editora: Companhia das Letras
N° de páginas: 390
Texto: @giselesertao @afagodemaeoficial
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