Pular para o conteúdo principal

A carreira profissional e os obstáculos da maternidade

  Há um tempo atrás, ao conversar com uma amiga que também é mãe, ela compartilhou comigo a experiência de uma entrevista de emprego da qual participou. Ela me disse que as perguntas se resumiam sobre a sua condição enquanto mãe:  Quem cuida do seu filho? E se ele ficar doente com quem ele vai ficar?  E se a pessoa que cuida dele não puder ficar, como você vai fazer? e por aí vai. Ela desabafou o quanto se sentiu mal pela abordagem da profissional de RH que praticamente não deu muita ênfase para sua formação acadêmica e suas experiências profissionais, e sequer ligou para lhe dar uma resposta, mesmo que negativa. Ao ouvir este relato me peguei pensando em como  é difícil ser mãe e conciliar a carreira profissional ao mesmo tempo.    Para que a mulher consiga estabelecer uma boa carreira profissional há de se concordar que a maternidade deve ser deixada em segundo plano. É preciso ter tempo para se dedicar  ao trabalho, e um filho precisa ser muito bem planejado.  Em contrapartida para aquelas que desejam ser mães, vai chegar algum momento em que o relógio biológico vai apitar, e deixar para depois a maternidade em prol de uma carreira também pode lhe causar possíveis  riscos  com uma gravidez tardia por exemplo.   Sabemos bem que as oportunidades profissionais não estão em pé de igualdade entre nós e os homens. A maternidade vira a vida da mulher do avesso, enquanto para o homem parece que nada mudou, afinal ele vai ter as mesmas oportunidades de antes, enquanto a mulher pode nem ser chamada para  entrevistas, tendo a função mãe atrelada ao seu currículo.    A nossa sociedade já avançou muito, e muitas mães  têm conseguido conquistar o seu espaço com toda certeza. Mas ainda assim eu acredito que há muitas empresas que precisam olhar com uma nova perspectiva para essas mulheres. Precisam enxergá-las muito além da maternidade, e compreender que um filho não é um empecilho para que ela exerça suas funções, muito pelo contrário, foi após a sua chegada que ela descobriu o tamanho de sua força e potencial profissional.

Texto:  @giselesertao @afagodemaeoficial




Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

É preciso conhecer a fome para saber descrevê-la”.

     Passando pelo bairro São Mateus, na zona leste de São Paulo, avistei a ocupação Maria Carolina de Jesus. Lembrei-me imediatamente da realidade sofrida por Dona Carolina. Eu a conheci através de seu livro: Quarto de Despejo- o diário de uma favelada no início deste ano.      Conheci de perto  através de Carolina  uma das piores mazelas deste mundo: a fome. Essa  era sua companheira diária. Era também o motivo dela trabalhar catando papel fizesse sol ou chuva para que seus meninos pudessem se alimentar.   Ela era uma crítica assídua dos governantes que pouco faziam pelos mais desfavorecidos: “O que eu aviso aos pretendentes a política, é que o povo não tolera a fome. É preciso conhecer a fome para saber descrevê-la”.   De alma poeta, ela escrevia sobre a miséria dos favelados, ela odiava os políticos pois eles sempre prometiam mundos e fundos nas eleições e depois que ganhavam desapareciam, deixando assim os pobres a  ver navios.    Ela dizia: “O Brasil precisa ser dirigido por uma

"Mamãe, você compra um amigo pra mim?"

  Meu filho tem 4 anos e adora brincar com os amiguinhos da escola. Um dia desses ele me fez uma pergunta inusitada: "Mamãe, você compra um amigo pra morar aqui com a gente e brincar comigo?".  Eu lhe expliquei que amigos a gente não compra, que precisamos conquistar os amigos e que logo ele iria ver os amiguinhos da escola. Lembrei -me da seguinte frase do pequeno príncipe: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." Amigos são jóias raras que conquistamos ao longo da vida. E para que a amizade dure é necessário regar e cuidar com muito afeto. É de nossa responsabilidade manter essa amizade com todo amor e carinho que ela merece. E você já conquistou muitas amizades até aqui? O que tem feito para que elas prevaleçam?  Quem tem um amigo tem tudo ❤️ Texto: @giselesertao @afagodemaeoficial

Sobre o meu processo de internação em uma clínica psiquiátrica

 Eu sempre fui uma pessoa responsável. Eu sempre agi de forma consciente com as minhas atitudes para que elas não impactassem negativamente o meu semelhante. Eu sempre estudei, trabalhei e nunca subi em ninguém pais crescer sua vida. Eu nunca gostei de puxar saco de superiores para conseguir vantagens. Eu também nunca forcei amizades para conseguir privilégios. Eu sempre fui uma pessoa sincera e agi com reciprocidade e responsabilidade afetiva nas minhas relações. Eu sempre fui verdadeira e me frustrava  quando encontrava relações rasas ou fingidas seja na escola, nos empregos ou na parentela. Eu estava fazendo terapia há 3 anos, lendo livros, fazendo cursos e cuidando da minha saúde mental. E ainda assim há um mês atrás eu tive um surto psicótico grave.  A minha mente entrou em parafuso  com tantas informações e situações adversas. Eu entrei em um mundo paralelo e não conseguia conversar nem enxergar nada na minha frente com racionalidade. Eu me transformei em uma pessoa totalmente de