Pular para o conteúdo principal

O primeiro dia de aula

   Lembro-me que na maternidade a enfermeira havia me dito que provavelmente, eu  teria o sentimento enorme de superproteção pelo meu bebê, de não querer deixar ninguém cuidar dele além de mim. Eu achei um pouco exagerada a fala dela, mas no dia -a dia cuidando do meu filho percebi o quanto  o que ela disse fazia muito sentido na minha vida.
    Esse meu sentimento de superproteção só aumentava. Eu pensava comigo mesma: “Nunca mais vou voltar a trabalhar”, “ninguém vai cuidar do meu filho melhor do que eu”, “Imagina só eu deixar ele numa escolinha sem a minha supervisão? jamais”. Os meus primeiros 2  anos como mãe foram muito intensos, além de ser tudo muito novo, a pandemia chegou para me deixar ainda mais preocupada.
  Eu tinha medo  que algum mal acontecesse com ele. Por vezes fiquei neurótica. Deixamos de frequentar lugares e de ver muitas pessoas próximas por um longo período. Também fiquei triste e me senti culpada  em vê-lo privado por meses de ter contato com demais pessoas e com outras  crianças também. 
  Eu temia  que ele fosse afetado, seja por ver outras pessoas, ou por atraso no seu desenvolvimento por estar privado de ter contato com os demais. Era um dilema eterno pra mim toda essa situação que a pandemia nos trouxe.
  Aquela superproteção e ciúmes em relação a ele foram dando lugar a vontade de vê-lo brincando, aprendendo e se divertindo em um ambiente escolar.
 Tive coragem em deixar o medo de lado e permitir que o meu passarinho saísse do ninho por algumas horas e convivesse em um local que é muito importante para o seu desenvolvimento  e convívio social.
  Hoje entendo que a preocupação que toda mãe tem para com seu filho não pode ser tão grande a ponto de aprisioná-lo e não lhe permitir experiências  que vão ser enriquecedoras para ele e que vão fazê-lo feliz.
  Quando o primeiro dia de aula chegou eu chorei e ele me deu tchau sem nem olhar pra trás. Eu estou aprendendo a deixá-lo sair do ninho aos poucos com a certeza de que sempre estarei aqui esperando ele pousar.





Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Consultório de Família (TV Novo Tempo e Youtube)

Programa: Consultório de Família Todas as terças, 22h, ao vivo na TV Novo Tempo. Canal do Youtube : Consultorio de Familia - YouTube      O Consultório de Família é um programa que discute as relações humanas, sejam elas pessoais, profissionais ou familiares. A apresentadora Darleide Alves recebe psicólogos, educadores e profissionais que debatem questões importantíssimas de temas familiares através de um Bate-Papo edificante e descontraído com base na Palavra de Deus.    Mais do que um programa de TV, Consultório de Família é um momento terapêutico que te auxilia a ter autoconhecimento e te ajuda a identificar a causa raiz de determinados comportamentos seus ou de pessoas próximas a você. Todos temos nossa bagagem de vida, experiências e traumas que nos constituem como indivíduos, mas ainda assim todas essas questões não determinam de fato quem realmente nós somos.     Ao assistir este programa você irá compreender que a mudança que tanto você quer ver no outro precisa  começar primei

"Mamãe, você compra um amigo pra mim?"

  Meu filho tem 4 anos e adora brincar com os amiguinhos da escola. Um dia desses ele me fez uma pergunta inusitada: "Mamãe, você compra um amigo pra morar aqui com a gente e brincar comigo?".  Eu lhe expliquei que amigos a gente não compra, que precisamos conquistar os amigos e que logo ele iria ver os amiguinhos da escola. Lembrei -me da seguinte frase do pequeno príncipe: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." Amigos são jóias raras que conquistamos ao longo da vida. E para que a amizade dure é necessário regar e cuidar com muito afeto. É de nossa responsabilidade manter essa amizade com todo amor e carinho que ela merece. E você já conquistou muitas amizades até aqui? O que tem feito para que elas prevaleçam?  Quem tem um amigo tem tudo ❤️ Texto: @giselesertao @afagodemaeoficial

Jesus o maior psicólogo que já existiu

 Neste livro Mark W. Baker oferece uma perspectiva sobre como os ensinamentos de Jesus atingem ideias psicológicas capazes de influenciar mente, ações e principalmente nossa maneira de viver. O autor traz situações de seus pacientes em seu consultório terapêutico, em paralelo com exemplos dos pensamentos de Jesus, nos mostrando o quanto sua visão de mundo, e exemplo de vida trazem cura, transformação e libertação para padrões de comportamento que nos fazem mal, ou traumas que nos impedem de avançar  e alcançar amadurecimento. Dentre os diversos temas retratados no livro,  o conflito  que existe na mente de algumas pessoas sobre psicologia e religião me chamou bastante atenção: "Algumas pessoas não acreditam que a psicologia e a religião sejam compatíveis, chegando ao ponto de descrever as divergências entre elas como uma "guerra". Quando a psicologia é excessivamente narcisista e não admite que a religião tenha alguma coisa a oferecer para o entendimento do comportamento