Lembro-me que na maternidade a enfermeira havia me dito que provavelmente, eu teria o sentimento enorme de superproteção pelo meu bebê, de não querer deixar ninguém cuidar dele além de mim. Eu achei um pouco exagerada a fala dela, mas no dia -a dia cuidando do meu filho percebi o quanto o que ela disse fazia muito sentido na minha vida.
Esse meu sentimento de superproteção só aumentava. Eu pensava comigo mesma: “Nunca mais vou voltar a trabalhar”, “ninguém vai cuidar do meu filho melhor do que eu”, “Imagina só eu deixar ele numa escolinha sem a minha supervisão? jamais”. Os meus primeiros 2 anos como mãe foram muito intensos, além de ser tudo muito novo, a pandemia chegou para me deixar ainda mais preocupada.
Eu tinha medo que algum mal acontecesse com ele. Por vezes fiquei neurótica. Deixamos de frequentar lugares e de ver muitas pessoas próximas por um longo período. Também fiquei triste e me senti culpada em vê-lo privado por meses de ter contato com demais pessoas e com outras crianças também.
Eu temia que ele fosse afetado, seja por ver outras pessoas, ou por atraso no seu desenvolvimento por estar privado de ter contato com os demais. Era um dilema eterno pra mim toda essa situação que a pandemia nos trouxe.
Aquela superproteção e ciúmes em relação a ele foram dando lugar a vontade de vê-lo brincando, aprendendo e se divertindo em um ambiente escolar.
Tive coragem em deixar o medo de lado e permitir que o meu passarinho saísse do ninho por algumas horas e convivesse em um local que é muito importante para o seu desenvolvimento e convívio social.
Hoje entendo que a preocupação que toda mãe tem para com seu filho não pode ser tão grande a ponto de aprisioná-lo e não lhe permitir experiências que vão ser enriquecedoras para ele e que vão fazê-lo feliz.
Quando o primeiro dia de aula chegou eu chorei e ele me deu tchau sem nem olhar pra trás. Eu estou aprendendo a deixá-lo sair do ninho aos poucos com a certeza de que sempre estarei aqui esperando ele pousar.
Texto: @giselesertao @afagodemaeoficial
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