Pular para o conteúdo principal

A solidão materna

    Quando uma mulher está grávida todos ao redor se alegram com o bebê que está por vir. Depois que ele nasce é então apresentado a muitos que parabenizam aos pais pelo mais novo integrante da família.
Logo o marido retorna ao trabalho, as visitas se cessam, e a mãe fica ali na sua nova rotina que é cuidar de um recém nascido.
As jornadas de trabalho fora são substituídas por horas intensas de cuidados com o bebê e as tarefas de casa;

    Os encontros com as amigas já não acontecem como antes, afinal cuidar do bebê é a sua prioridade no momento. Mediante a todas essas mudanças, ela se sente sozinha neste momento que é tão romantizado como sublime para a mulher.

   Ela sente falta da vida agitada de antes, das conversas, dos abraços, dos encontros, das pessoas, do convívio social que sempre teve até seu bebê chegar, e isso não quer dizer que ela não goste de ser mãe ou não ame seu bebê, ela apenas gostaria de ter alguns momentos fora deste universo materno que a sobrecarrega e a deixa tão exausta. Ela vê que a vida de todos continua fluindo da mesma forma, e a sua ela sente que ficou paralisada, pois ela vive em constante cuidado e preocupação com o seu filho e não há muito espaço para a mulher que ela sempre foi.

    Alguns se afastam, e não é por mal, mas há afinidades que já não são mais tão em comum assim, e tá tudo bem, afinal a vida é feita de ciclos que se encerram para que outros se iniciem, pessoas vão e outras se achegam também.

   Todas essas questões acontecem com a maioria das mães em um contexto de vida normal, agora imaginem num contexto de pandemia? Multiplique tudo isso ao quadrado meu caro.

   A solidão materna entristece, abate e até deprime em alguns momentos, mas ela também faz a mulher ter autoconhecimento e uma nova percepção sobre si mesma que jamais conheceria se não tivesse tido filho.

  Ela descobre o quanto é resiliente e destemida para enfrentar seus medos, angústias e inseguranças que a maternidade lhe traz. E ela jamais saberia o tamanho de sua força se não estivesse tão bem acompanhada por Ela mesma.

Texto:   @giselesertao @afagodemaeoficial 



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Bipolaridade na maternidade

  A maternidade é intensa. Ela é cheia de emoções que se misturam todos os dias. Quando se é mãe e também se convive com a bipolaridade essa jornada ganha ainda mais desafios. Existem dias em que a energia transborda: a criatividade, o carinho, a disposição para brincar e estar presente parecem infinitos. Em outros, levantar da cama já é uma grande vitória. Essas oscilações não significam falta de amor pelo filho, muito pelo contrário: cada esforço silencioso, cada pequeno gesto, cada tentativa em meio ao cansaço e à dor são provas diárias de um amor imenso e corajoso. A maternidade para quem vive com bipolaridade é feita de batalhas invisíveis. São lutas internas que ninguém vê, mas que exigem força, resiliência e, principalmente, muita compaixão consigo mesma. Nem sempre é fácil pedir ajuda. Nem sempre é simples explicar que o silêncio, o cansaço ou a falta de ânimo não têm nada a ver com desistência ou falta de vontade — são apenas parte de uma condição que precisa ser respeitad...

Consultório de Família (TV Novo Tempo e Youtube)

Programa: Consultório de Família Todas as terças, 22h, ao vivo na TV Novo Tempo. Canal do Youtube : Consultorio de Familia - YouTube      O Consultório de Família é um programa que discute as relações humanas, sejam elas pessoais, profissionais ou familiares. A apresentadora Darleide Alves recebe psicólogos, educadores e profissionais que debatem questões importantíssimas de temas familiares através de um Bate-Papo edificante e descontraído com base na Palavra de Deus.    Mais do que um programa de TV, Consultório de Família é um momento terapêutico que te auxilia a ter autoconhecimento e te ajuda a identificar a causa raiz de determinados comportamentos seus ou de pessoas próximas a você. Todos temos nossa bagagem de vida, experiências e traumas que nos constituem como indivíduos, mas ainda assim todas essas questões não determinam de fato quem realmente nós somos.     Ao assistir este programa você irá compreender que a mudança que tanto você qu...

30 anos, a idade do sucesso.

 Dizem que 30 anos é a idade do sucesso. Mas o que é considerado sucesso para uns pode não ser considerado sucesso para outros. Eu já vi gente ficar frustrado porque a vida do outro parece ser mais legal. Eu já vi gente ficar depressiva porque não tem a vida instagramavel que muitos postam na rede social. Mas afinal, o que é sucesso pra você? E pra mim? Eu tenho 33 anos e não tenho minha casa própria, nem carro. Também não tenho uma profissão bem sucedida e nunca fiz uma viagem internacional. Pra muitos isso pode ser considerado um fracasso. Pra mim o sucesso vai além dos padrões convencionais: Aos 23 anos eu tive a sorte de me casar com o amor da minha vida. Alguém que me compreende, me completa e me faz feliz. Aos 24 anos me formei em uma graduação que não me deu retorno financeiro (Publicidade e Propaganda) mas que me fez muito feliz enquanto a cursei.  Aos 27 anos me tornei mãe de um menininho lindo. É ele que me motiva todos os dias a jamais desistir. Eu tive o privilégio...